Quem me pariu foi o ventre de navio
vindo de longe,longe...
d'onde tinha muita festa.
Trago como herança a alegria da lá
as cores fortes pra brilhar
a coragem de lutar,conquistar e firmar.
Meu cabelo pixaim
é pro nêgo se entranhar
e com uma flor enfeitar.
Olhos doce,mas bem abertos
pra não me enganar.
Nariz largo sim
que é pra sentir de longe
o perfume dos nossos corpos querendo se engraçar.
Minha boca grande
logo lança um sorriso
querendo a sua molhar.
Os seios fartos
é sinal de muito espaço
para os amados guardar.
Quadril avantajado
pra no samba quebrar.
E com calor, ritmo, cadencia, paixão
logo ali naquele chão
de barro pisado, os meus pés abençoados
irão dançar!
Tá ouvindo um som ecoá?
São os tambores a rufar
o samba já vai começa e
eu quero ser a primeira a entrar na roda.
Eu ouvi meu nome?
Nazaré? Nazaré!... o povo do samba chego!
Flávia Rosa
Flávia Rosa nasceu em são paulo é dançarina, atriz e poetisa negra, é integrante do Umoja, estudante de comunicação e artes do corpo tem seu trabalho ligado à pesquisa corporal e dramaturgica do negro.
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